Começou ontem pelo Rio de Janeiro a peregrinação de André Mendonça para agradecer a Deus e aos evangélicos por sua indicação a ministro do Supremo Tribunal Federal. A indicação foi do presidente Jair Bolsonaro que prometera nomear um ministro terrivelmente evangélico para chamar de seu.
Na igreja do pastor Silas Malafaia, no bairro da Penha, Zona Norte do Rio, Mendonça, deu a receita do seu sucesso: “Num processo dessa natureza, você não pode olhar para os homens, não pode olhar para os boatos, para os rumores, para o impossível. Temos que olhar para Deus”. É conhecida a intimidade dele com Deus.
Certa vez, no início da pandemia da Covid-19, Mendonça, então chefe da Advocacia-Geral da União, se reuniu com Bolsonaro e disse que Deus lhe fizera uma revelação. A saber: Bolsonaro deveria pôr em prática as medidas sugeridas pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para enfrentar a pandemia.
Embora se diga religioso, tendo se batizado nas águas do rio Jordão, em Israel, Bolsonaro não deu bola para o que ouviu de Mendonça. Receitou cloroquina e deixou o vírus matar os que tivessem de morrer. Mais tarde, promoveu Mendonça a ministro da Justiça. E a fé em Deus acabou levando-o para o Supremo.
Depois de esperar quatro meses para ser sabatinado, seu nome foi aprovado com 47 votos a favor e 32 contra, apenas 6 a mais do que o mínimo necessário. Contou Mendonça que em meio ao seu calvário, ensinou a Bolsonaro: “Um militar está preparado para a guerra. Agora, nós estamos preparados para a cruz”.
A posse de Mendonça está marcada para a próxima quinta-feira. Antes, pretende orar em igrejas de outros Estados. Deus seja louvado!