No último domingo, um trágico incidente ocorreu no Eixo Monumental, quando um jovem de 24 anos, Ilha da Cruz Nogueira, perdeu a vida em uma tentativa de fuga de uma blitz durante a Operação Álcool Zero. Ilha era passageiro de um BMW 350i branco, que desobedeceu a uma ordem de parada da Polícia Militar. O motorista, Raimundo Cleofás Alves Aristides Júnior, 41 anos, acelerou em alta velocidade, atropelando um policial militar.
Os agentes de segurança reagiram à tentativa de fuga, disparando contra o veículo. Infelizmente, Islan, que era morador de São Sebastião, teve um óbito no local antes que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) pudesse prestar socorro.
A Operação Álcool Zero estava em andamento com três pontos de contenção na DF-010, nas proximidades de um bar movimentado na região. O veículo envolvido na tentativa de fuga está atualmente sob perícia no Complexo da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e exibe marcas de tiros nos vidros traseiros e dianteiros, capô e porta.
De acordo com a Polícia Militar do DF, a perseguição ao veículo ocorreu devido a sinais evidentes de embriaguez apresentados pelo motorista. Após a trágica morte de Islan, o corpo foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) da PCDF, com suspeita de traumatismo craniano.
Durante a operação, Raimundo Cleofás teria saído da fila de fiscalização e acelerado, atropelando um policial militar. Os agentes de segurança reagiram atirando na direção dos pneus. O motorista desobedeceu às ordens emitidas pelos policiais, dando início à perseguição, até o momento em que parou e se rendeu na via S1, próxima à Esplanada dos Ministérios.
A PMDF alega que o condutor decidiu-se a fazer o teste de alcoolemia, sendo autuado por embriaguez ao volante e tentativa de homicídio contra um agente de segurança. O policial atropelado foi atendido no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) e liberado durante a madrugada.
Para esclarecer todas as conclusões do incidente, o Departamento de Controle e Correção (DCC) instaurou um procedimento apuratório. Na manhã desta segunda-feira, está programada uma coletiva de imprensa na 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) para abordar detalhes do caso, que foi registado como tentativa de homicídio, resistência, embriaguez ao volante e morte por intervenção de agente do Estado.
O vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar (CDDHCEDP) na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Ricardo Vale, acredita que a Corregedoria da Polícia Militar do DF deve conduzir uma investigação criteriosa sobre caso, avaliar se a conduta dos policiais foram apropriadas e proporcionais na abordagem.